Os Portugueses não são estúpidos

A Direcção Geral das Artes divulgou os resultados do concurso para apoios pontuais às artes.

Desde a aprovação do Orçamento de Estado que sabíamos que os montantes disponíveis estavam longe de poder corresponder ao dinamismo da criação artística nacional. Os resultados agora divulgados apenas o reiteram: Só 14% dos candidatos foram aprovados.

Desde o aviso de abertura, que fixou os termos gerais do apoio às artes, que desconfiávamos que as gerações mais jovens seriam pura e simplesmente afastadas da profissionalização. Os resultados agora divulgados vêm infelizmente confirmar esta expectativa: A geração mais jovem é sistematicamente excluída do financiamento.

Mas o que não sabíamos - e é agora revelado pelos resultados - é que o modelo concursal pudesse ser tão desadequado relativamente ao perfil da generalidade dos candidatos, excluindo liminarmente um terço (!) destes por razões burocráticas.

Não, não são os portugueses em geral, e os jovens artistas em particular, que são estúpidos. O Secretário de Estado da Culura é que preversamente concebe um esquema para destruir a renovação do tecido criativo português. Ou então é incompetente.


A Direcção da Plateia

Mário Moutinho, Carlos Costa e Julieta Guimarães