O Porto e a sua Cultura: esboços, modelos e incertezas
Na passada sexta-feira, 7 de março, a direção da Plateia reuniu com a vereação da Cultura da Câmara Municipal do Porto no sentido de partilhar a preocupação acerca do projeto do Teatro Municipal do Porto (Teatro Rivoli e Teatro Campo Alegre). Nessa reunião de cerca de 60 minutos - e em que também esteve presente a REDE - foram apresentados aos representantes dos artistas da cidade ideias genéricas e apontamentos vagos do modelo de gestão para aqueles espaços culturais.
Quase meio ano depois do início do mandato autárquico, tudo aponta para que existam apenas esboços sobre o que fazer com estes equipamentos. Em breve deverá ser aberto um concurso para diretor de programação do Teatro, mas curiosamente desconhece-se qual o orçamento e que modelo jurídico servirá estes teatros.
O vereador do pelouro da Cultura, Paulo Cunha e Silva, afirmou que os modelos que irão ser criados terão a expertise e a marca do diretor nomeado. Reconheceu ainda que tem sido um processo lento e difícil e informou a direção da Plateia de que este dossier só estará completo, e que o Teatro Rivoli e Teatro Campo Alegre só estarão em pleno funcionamento, daqui a dois anos aproximadamente, isto é, no último ano desta legislatura.
A Plateia aguarda novos desenvolvimentos, especialmente no que diz respeito ao concurso do diretor de programação, e não deixa de registar a surpresa por a Plateia não ter sido convidada para fazer parte do júri do mesmo concurso, visto que o know-how da Associação certamente permitiria escolher com maior segurança esta nova figura de grande impacto nas dinâmicas culturais da segunda maior cidade do país.
Perante este cenário de incertezas, a Plateia não pode deixar de sentir preocupação quando o tecido de criação artística e cultural da cidade continua a desagregar-se e a desaparecer.