Para acabar com o Estado de Sítio no Apoio às Artes
O
concurso para Apoio às Artes (bienal e anual) parece chegar ao fim
com uma má notícia: a inexistência de Audiência de Interessados,
decidida por despacho da Diretora-Geral das Artes.
Mas
a verdade é que nesta altura - batidos todos os recordes nacionais
relativos à tramitação de procedimentos no ano a cujas atividades
respeitam - o final da história nunca poderia ser bonito: porque ou
não havia Audiência de Interessados ou se esperava mais uns meses
pelos resultados finais. Enfim, na verdade já se sabia que era aqui
que íamos terminar quando o Secretário de Estado da Cultura abriu
concurso apenas no final de dezembro de 2014, ou não?
Mas
estarão as artes condenadas a viver eternamente neste Estado de
Sítio em que é necessário optar entre as garantias constitucionais
dos particulares perante a administração (a Audiência de
Interessados) e o efeito útil dos programas de Apoio às Artes
(haver resultados em momento anterior ao período a que respeitam os
concursos)?
Terão
as organizações e os profissionais do setor que continuar a viver a
humilhação e instabilidade de esperar até ao verão pela decisão
relativa a uma atividade que se deveria iniciar em janeiro? E os
técnicos da DGArtes irão continuar a viver o absurdo de instruírem
concursos que abrem no Natal para atividades que começam no ano
novo? E finalmente, os contribuintes (que também são os públicos)
terão que aceitar a manutenção de uma situação que torna a
gestão dos recursos do Estado deficiente e insustentável?
Parece-nos
que não. Deste modo, na próxima semana, a PLATEIA tornará pública
uma proposta, em que tem vindo a trabalhar ao longo dos últimos
meses, que visa alterar o modo de inscrição das despesas de Apoio
às Artes no Orçamento de Estado. Para não continuarmos a viver em
Estado de Sítio.