POLÍTICA, por favor, Sr. Primeiro-Ministro.
Ao longos dos últimos anos, as
organizações representativas do setor da cultura têm sido
constantemente chamadas a assumir o papel de comentadores ou
oráculos: comentadores quando os Ministros cessam funções e
oráculos quando são nomeados. Esta semana não foi exceção: O que
pensam da demissão do Ministro? Que futuro adivinham na nomeação
do Ministro? E por entre estes folhetins – com bofetadas e tudo -
constantemente escapa o que interessa:
Sr. Primeiro-Ministro, que papel
entende dever ter a cultura e a criação artística no
desenvolvimento do país?
Sr. Primeiro-Ministro, como se propõe
a defender o modelo nacional de Apoio às Artes, nomeadamente o Apoio
Direto à Criação e Produção?
Sr. Primeiro-Ministro, não acha que já
era tempo de acrescentar aos indicadores que obcecadamente tentam
medir o impacto económico das artes, indicadores que possam medir o
seu impacto cultural e intrínseco?
Sr. Primeiro-Ministro, já reparou que
o seu orçamento para a cultura se assemelha demasiadamente ao do
governo anterior e mergulhou a Direção-Geral das Artes numa
gritante falta de recursos humanos e financeiros?
Sr. Primeiro-Ministro, que posição
vai Portugal assumir, no contexto da União Europeia, relativamente à
inscrição da cultura e da criação artística nas prioridades da
UE para 2020-2030?
E agora, o Primeiro-Ministro –
pessoalmente ou delegando no seu Ministro da Cultura – chamava a
PLATEIA para discutir estas questões. À saída da reunião, a
PLATEIA dava conta da mesma à imprensa. Outras organizações do
setor seria ouvidas. Depois o governo, e a maioria parlamentar,
tomavam decisões fundamentadas, transparentes e assertivas. Mais à
frente os cidadãos seriam chamados, em eleições para a Assembleia
da República, a avaliar os resultados das decisões tomadas.
POLÍTICA, por favor, Sr. Primeiro-Ministro.