não devemos aceitar isto não podemos aceitar isto
Em comunicação acerca da linha
extraordinária de financiamento, que adia a abertura de novos
concursos anuais e plurianuais de apoio às artes, a DGArtes, explica
o seguinte:
"O apoio supra mencionado
destina-se a financiar atividades ou projetos artísticos novos ou
complementares aos que foram aprovados nos termos da Portaria n.º
322-A/2017, de 16.12"
Na PLATEIA acreditávamos que a linha
em causa, e porque se fundamentava na preocupação com os cortes
ocorridos desde 2011, pretenderia reforçar as condições de
sustentabilidade da produção, nomeadamente permitindo suportar, nos
termos da lei, os custos sociais dos projetos em curso e/ou
reforçando os orçamentos de produção em termos de recursos
humanos: mas sempre dentro dos planos de produção em contratados.
Mas parece-nos agora que o que o
governo pretende é que as estruturas produzam ainda mais, replicando
assim, neste acréscimo de atividade, os termos de produção em que
foram lançadas pelo governo anterior (assentes na desregulação
laboral, precariedade e orçamentos idênticos aos dos anos 90).
Solicitámos um esclarecimento ao
Gabinete do Secretário de Estado da Cultura, que justificou a
situação com base no atual quadro normativo, em que a possibilidade
de concertação de dois apoios não poderia violar o princípio da
não cumulação previsto no artigo 27 do DL 225/2006.
Sem colocar em causa a leitura jurídica
feita pelo gabinete do Secretário de Estado, alertamos para o
caráter grave da opção política em que o governo do Partido
Socialista pretende que este reforço... reforce o modo de produção
associado ao governo PSD/PP e obriga as estruturas artísticas a um
esforço adicional por razões que escapam completamente à sua
responsabilidade.
Apelamos a todos que recusem
submeter-se a uma situação que replica as condições iníquas da
situação anterior, a criação artística feita à pressa, à força
e sem condições, e a penalizar estruturas artísticas que não têm
culpa alguma.