Reunião com o Deputado Jorge Campos, do Bloco de Esquerda
No dia 3 de março a PLATEIA reuniu com o deputado Jorge Campos, do Bloco de Esquerda. A seguir, um resumo dos assuntos tratados.
Quanto
à situação de indefinição, no contexto do “Apoio às Artes”,
a PLATEIA gostaria de recordar ao BE que esta é um dado
(infelizmente) habitual - veja-se os anos de 2015, 2013, 2011,
2009... – cuja responsabilidade não é exclusiva do governo mas
também da maioria parlamentar que o sustenta (PS+BE+PCP+PEV) e que
não consagrou a plurianualidade da inscrição do apoio às artes
nos OEs de 2016 e 2017 (mas apenas no de 2018).
Em
geral, chamamos a atenção para o valor atribuído à cultura pelo
OE 18 (mais uma vez aprovado com os votos favoráveis de
PS/BE/PCP/PEV) e que não acrescenta grande coisa aos OEs associados
ao governo PSD/PP, numa absoluta contradição entre os programas dos
partidos à esquerda, sufragados nas urnas, e a sua prática
política.
Em
particular, quanto ao “Apoio às Artes” constatamos que nem
sequer estão repostos os valores de 2009, pelo que seria importante
considerar a eventual possibilidade de um reforço orçamental do
concurso em tramitação; nomeadamente considerando o seu baixo valor
(relativamente ao OE) e os dados positivos da execução orçamental
e deficit que têm sido tornados públicos.
Quanto
ao procedimento administrativo em concurso, seria importante que, com
este concluído, a DGArtes, tirando partido do “Balcão Artes”,
lançasse um inquérito/avaliação do mesmo juntos dos utilizadores.
Não nos parece que essa tremenda, plural e conflituante agregação
de sensibilidades e dados, possa ser devidamente filtrada pelas
organizações representativas; ainda que pareça haver uma certa
unanimidade quanto à burocracia e complexidade do procedimento, bem
como dúvidas quanto à capacidade do júri para efetivamente avaliar
as candidaturas.
Notar
também que a falta de recursos humanos na DGArtes não facilita o
acompanhamento dos procedimentos – sejam eles quais forem –
nomeadamente o atendimento/esclarecimento dos candidatos.
Voltando
ao início, e à situação habitual, frisamos a pressão que esta
situação coloca na sustentabilidade das companhias, bem como a
injustiça para com os seus trabalhadores, tantas vezes obrigados a
exercer atividade sem certeza de remuneração. Mais uma vez, o
“Balcão Artes” poderia ser utilizado para uma rápida consulta
acerca das necessidades de tesouraria, que permitisse aferir da
urgência na abertura de uma linha de crédito, promovida pelo Estado
junto de uma instituição financeira.