Síntese das propostas de alteração ao Apoio às Artes
Na
sequência da nossa participação no Grupo de Trabalho para o
Aperfeiçoamento do Modelo de Apoio às Artes, fica a seguir um
resumo das principais alterações que a Ministra da Cultura, após
análise do relatório do Grupo de trabalho, está a propor:
-
Passará a existir um concurso autónomo para programação; este
incluirá todas as áreas artísticas e estará separado dos
concursos de criação (e estes separados entre si por áreas
artísticas).
-
Os concursos bienais e quadrienais - e
respetiva contratação - estarão encerrados até 30 de setembro do
ano anterior ao que respeitam.
-
As opções políticas políticas subjacentes à distribuição de
recursos (por região, domínios e áreas) terão de ser publicitadas
nos avisos de abertura.
-
Fim da exigência de detalhe no plano/orçamento para segundo ano e
seguintes.
-
Já não se valorizará, de modo autónomo e em 20%, a classificação
do ciclo de apoio anterior conferida pela Comissão de Avaliação;
esta será apenas considerada no critério de apreciação relativo à
organização candidata.
-
Termina a discriminação positiva do apoio das autarquias,
relativamente a outro tipo de apoios.
-
Há ligeiras mudanças na ponderação relativa dos critérios de
apreciação, nomeadamente conferindo menos peso ao alcance social.
-
Fim da exigência de nota mínima por critério nos apoios
sustentados. Portanto os 60% aplicam-se apenas à soma de todos os
fatores.
-
Aumentam ligeiramente os prazos para a entrega de candidaturas e
fazem-se ligeiríssimos acertos no funcionamento das Comissões de
Avaliação.
Em
síntese, a Ministra pretende admitir apenas alterações ao nível
das portarias, portanto menos estruturais do que as que implicariam
mudanças no Decreto-Lei que suporta as portarias e a orientação
política; situação que não deixa de se enquadrar nos limites
definidos pelo Despacho que formou o Grupo de Trabalho. Ainda assim,
passaram mudanças importantes. Entretanto, o acolhimento de algumas
propostas avançadas pelo Grupo de Trabalho só poderá ser aferido
no momento dos avisos de abertura (ou da disponibilização dos
formulários, no que diz respeito às propostas de simplificação
administrativa). Aparentemente, continua ainda por esclarecer a
posição do governo no que diz respeito ao enquadramento das
candidaturas de organizações privadas controladas por entidades
públicas.
A
PLATEIA continuará a acompanhar com atenção o desenvolvimento
deste processo, procurando acautelar que não se repitam os erros do
passado que afetaram negativamente o tecido cultural português.
Recordamos
que está a correr o prazo de consulta pública dos projetos em causa
e que a participação está aberta a todos.